quinta-feira, 3 de junho de 2010

Palestra da radialista Tati Campos (sexta-feira, dia 28 de maio)

Tati Campos, radialista e locutora da Gazata FM (94,1 MHZ), deu-nos o prazer de ministrar uma palestra, na última sexta-feira, dia 28 de maio, comentando sobre sua profissão e a importância da comunicação como veículo da educação, lembrando-nos, com relevância, que o professor também é um comunicador.
Em sua estimulante palestra, a locutora, da Gazeta FM, comenta sobre os benefícios em se fazer educação utilizando os meios de comunicação e informação disponíveis, para isso a palestrante cita alguns meios de comunicação de fácil acesso e democráticos em sua essência, dentre eles o uso da ferramenta Web Rádio, como um veículo democrático de exposição de projetos pedagógicos.
A radialista trouxe, para exposição lógica de sua palestra, uma apresentação de slides, que destacava diversas propagandas que objetivam alertar, em maneira generalizada, as populações sobre algum polêmico fenômeno social. As empresas marketeiras que as produziram, utilizaram-se de imagens de forte impacto associadas às frases coercitivas, com o intuito de persuadir a opinião pública.

Observemos a imagem abaixo que fora retirada da apresentação de slides da palestrante:



Sabemos que a comum atividade de uma idosa é a produção de roupas em crochê (técnica de bordado). Normalmente nosso imaginário nos proporia a idealização de uma idosa, sentada em sua confortável cadeira de balanço, confeccionando peças de vestimenta. Isso remete-nos a imagem de uma relação fraternal com seus entes. Mas não é o que vemos. A foto propagandística provoca, em nós, uma grande repulsa ao mostrar a confecção, pela idosa, de uma forca - símbolo global do suicídio.
Ao lado dessa foto, encontramos uma frase que evidencia um dado estatístico alarmante: "Mais de 50% dos suicídios são cometidos por pessoas idosas".

Mais uma imagem destaca outro caso polêmico:



É perceptível nessa foto, assim como na anterior, a intenção impactante da equipe marketeira, que a produziu, em mostrar ao público, que a observa, como acidentes desastrosos de trânsito, que é um fenômeno global, poderiam ser evitados se as pessoas usassem responsavelmente o cinto de segurança.
Ao lado direito da fotografia, podemos encontrar os seguintes dizeres: "Um clique pode mudar seu futuro. Use o cinto de segurança.". Diferentemente do slide anterior, este executa uma frase mais persuasiva sobre a utilização do cinto de segurança como única prevenção à acidentes que provocam sérias lesões, muitas vezes irreversíveis, aos usuários de automóveis.

Esses são dois exemplos, que por entendê-los relevantes, decidi expô-los aqui. E com isso propor algumas questões referentes às propagandas e seus papéis nos veículos midiáticos.
1- Teriam essas propagandas intenções sensacionalistas e apelativas?
2- Quais são suas intenções em provocar tal sentimento de repulsa a quem as assistem?
3- Essas propagandas, que utilizam meios linguísticos impactantes (como a fotografia e os dizeres), teriam valor educativo?

Posso dizer que são, sim, propagandas sensacionalistas de cunho apelativo, por utilizarem imagens e frases chocantes, no intuito de provocar efeitos de sentidos que, por meio do asco e do temível, persistem em nossa memória.
Posso, também, afirmar que elas buscam, pelo impacto, uma mudança no comportamento humano, tendo assim um certo valor educativo. Mas é relevante problematizar se tais intenções provocarão algum real entendimento, sem o fator medo, de burlar essas estatísticas.
No caso dos idosos que se suicidam, perguntas como: quais os fatores sociais que provocam tais atitudes? O que fazer para manter este idoso, que é pretenso ao suicídio, em ocupação? Ou mesmo: Seria a falta de ocupação um fator do suicídio? Ficam em aberto.
Percebo que essas propagandas não nós propõe soluções plausíveis aos fenômenos expostos.


Voltando a palestra de Tati Campos (locutora da Gazeta FM), foi de profunda relevância, pois nos atentou para uma nova visão de que o profissional da educação também é um comunicador, por utilizar sua voz e os recursos midiáticos para educar.

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